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sábado, 1 de setembro de 2012
As manifestações teatrais, como a do Grupo Athos, também ganharam destaque no Festival Canja
Festival Canja promove atividades socioculturais por toda Bauru, entre elas, “O Auto da Barca do Inferno”
William Orima
Adicione manifestações artísticas com uma grande porção de conscientização social. Misture bem e leve ao público por uma semana. Sob as diretrizes das artes integradas, da economia criativa e da sustentabilidade é constituído o Festival Canja, projeto colaborativo anual que promove a cultura em todas as suas formas. Realizado peloEnxame Coletivo em parceria com a rede Fora do Eixo e o Grupo AGR, o Canja reúne este ano em sua programação diversas atividades socioculturais, como oficinas, palestras, debates e espetáculos musicais e teatrais. O evento coloca a cena autoral de Bauru e região em evidência, com mais de quinze espaços ocupados por toda a cidade e com mais de 90% de suas atividades gratuitas.
A temática da sustentabilidade é a linha editorial de todo o evento. Não se trata apenas da ideia da redução do consumo, mas também da realização de projetos mais independentes, autônomos, que gerem impacto sem depender de outras fontes, como o próprio Canja.
“Os debates principais são sobre a sustentabilidade política, econômica, artística e ambiental” conta Artur Faleiros do Enxame Coletivo, um dos organizadores do projeto. “A importância do festival é a de formar público, desenvolver articulações, construir novas políticas públicas. Trazer visibilidade para a pauta que nunca está em voga”, afirma.
A música é a parte de maior visibilidade no festival. No entanto, as manifestações teatrais também ganham grande destaque.
O Grupo Teatral Athos veio de Batatais e apresentou no Parque Vitória Régia, na tarde do último sábado, uma montagem teatral de rua de “O Auto da Barca do Inferno”, Gil Vicente. Inusitada, a peça trouxe um ar contemporâneo à obra de 1517. Com muito bom humor, os atores adicionaram o elemento do improviso ao roteiro, interagindo com a plateia.
Quando questionado sobre a escolha da peça, Ricardo Silva, ator que dá vida ao Diabo da dita barca, diz: “É um texto já escrito para o fluxo urbano, para intermediar com as pessoas. A gente não tem a fidelidade do público o tempo todo na rua. Às vezes alguém passa, vê a peça e têm apenas dez minutos livres: assiste os dez minutos e consegue entender o espetáculo”.
Com ao todo mais de 50 horas de programação, o Festival Canja encerrou suas atividades no domingo, dia 02 de setembro.
Resenha da Peça
Se nos pedissem para explicar o espetáculo "A Barca
do Inferno", não a faríamos melhor do que as palavras de Mariana Caires. A
arte da palavra é para poucos, pois não exige apenas talento, mas também de
muita dedicação. Isso é visivelmente percebido na resenha dessa exímia
escritora. E as fotos então... Sem comentários. Nosso muito obrigado pelo
carinho.
E se nos permite, gostaríamos de nos apropriar
desta frase "vai que amanhã essas barcas se cruzam, batem, e céu, terra e
inferno não passam de ninguéns disfarçados". Genial.
DOMINGO, 2 DE SETEMBRO DE 2012
Mariana Caires
Foto: Jessica Mobílio
O belzebu convidava a galera
acomodada no parque Vitória Régia a ir de encontro ao Teatro Athos pra assistir
“A barca do inferno”. Convite do diabo? Será que presta? Pra quem já queimava
sob o sol da tarde de Bauru, mal é que não ia fazer!
E
assim, a estranha roda cercada por barbante, maletas, atabaques e chocalhos, se
preenchia de gente do rap, do raggae, do parque, do Canja, do nada.
Apreciadores do teatro de rua ou não, todos entraram na barca e remaram sobre a
onda de Gil Vicente. Teve quem perdeu a garrafa de bebida pro diabo e até mesmo
quem acabou jurado pro céu, como a Nathália. Nada ruim, se calcularmos o tanto
de gente que pelas regras dessa peça acabaria no inferno.
Dom
Felipe, o fidalgo, foi o primeiro réu do Sr. Diabo. De roupa e lacaio na mão,
nada foi capaz de levar o filho de algo a alguma salvação divina. A dona da
barca da Glória, dita anja, que mais estava pra baiana de Oxalá, é que não ia
se meter a levar um nobre de graça pro céu. Então o Diabo solta a palavra
de ordem dos mais velhos tempos.
DEMOcracia.
Onzeneiro,
frade, todos disfarçados de homem de hoje em dia. Raça assim acaba embarcando
no batel infernal, pois voz do povo é voz de Deus. E o júri popular presente no
tribunal do Vitória Régia decidiu pela acusação. 53% dos votos sem dó nem
piedade levaram o frade pro fogaréu. Na companhia de Brígida Vaz e suas
raparigas, até que o religioso não se sentiria tão sozinho naqueles lados.
E
desse Canja, onde todos se esforçam para ser alguém, surgiu um
personagem que se definia um ninguém. Ingênuo, é o único que no fim rema
pela barca da Glória. Talvez não seja tão simples assim. Não dizem que a cada
dia o céu mais perto do inferno está? Vai que amanhã essas barcas se cruzam,
batem, e céu, terra e inferno não passam de ninguéns disfarçados.
Essa
foi a peça “A Barca do Inferno”, pelo Teatro de Rua Athos. Eles vieram de
Batatais para participar do Canja e adoraram a oportunidade de
atrair diferentes públicos para o teatro de rua. Faz três anos que o grupo
trabalha com a proposta do teatro sem microfones e sem paredes entre palco e
público. Foi um show de arte com música, dança e teatro que valeu a pena nessa
tarde de sábado.
Postado por Equipe Ecolab às 02:08
e-Colab - Cobertura Colaborativa de Bauru: Ô marinheiro que barca é essa?
e-Colab - Cobertura Colaborativa de Bauru: Ô marinheiro que barca é essa?: Mariana Caires Foto: Jessica Mobílio O belzebu convidava a galera acomodada no parque Vitória Régia a ir de encontro ao Teatro Atho...
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SOBRE O GRUPO
- Grupo Teatral Athos
- Batatais, Ribeirão Preto/São Paulo, Brazil
- Começamos em 2003 junto com um grupo de jovens da igreja. No início, fazíamos apenas pequenas performances sobre histórias bíblicas, entre elas a famosa encenação da Paixão de Cristo. Com o passar do tempo, sentimos a necessidade de trilhar novos caminhos e trabalhar temas diferentes. Resolvemos, então, constituir um grupo de teatro e buscar cursos de capacitação em encenação e atuação. Foi assim que surgiu o Grupo Teatral Athos. Aos poucos, começamos a participar de encontros de grupos de teatro e workshops para nos desenvolvermos como atores. Foi desta forma que fomos premiados com a orientação artística subsidiada pelo “Projeto Ademar Guerra” (programa da Secretaria de Estado da Cultura). Atualmente, o Grupo Teatral Athos é formado por dez pessoas que atuam em palcos e também pelas ruas. Satisfazemo-nos montando espetáculos engajados em pesquisas e compartilhamentos de processo de montagem à comunidade de nossa cidade. A mais recente peça encenada pelo grupo é "A Barca do Inferno", adaptação do clássico literário de Gil Vicente.