RELEASE
Adaptação livre da obra O Auto da Barca do Inferno, de Gil Vicente, o espetáculo A barca do Inferno é formado por uma sequência de quadros humorísticos em que o Diabo e o Anjo, em saborosos diálogos, se defrontam com as almas recém-mortas que vão embarcar para a eternidade. Em cada um desses quadros, as personagens contextualizam conhecidos grupos ou classes sociais, na montagem do Grupo Teatral Athos da cidade de Batatais – São Paulo, que une o teatro popular, técnicas circenses e o teatro de rua.
Ficha Técnica
Tipo de evento:
Com:
Lídia Santos, Ricardo Silva, Ricardo Sousa,
Luís Fernando, João Paulo, Bianca Guelere, , Natália Frederico, Aline Rosilei, Adilson da
Silva e Conceição Laurindo.
Duração: 60 minutos
Classificação: Livre (a partir de 03 anos)
Texto: Adaptação da obra homônima de Gil Vicente
Orientação Artística: Adbailson Cuba e Luciano
Santiago
- Espetáculos para
apresentação de rua propriamente dita, sem necessidade de tablados nem
estrutura de som ou de luz.
Proposta de Encenação
Nas alegorias Vicentinas, que seguem a tradição do teatro medieval, temos geralmente uma sucessão de quadros que não se ligam por relação de causa e efeito, por isso o Auto da Barca do Inferno é contado numa sequência de quadros (como sketches humorísticos).
Este fato, se levar em consideração à encenação para Teatro de Rua é conveniente, visto que no fluxo urbano, cuja apresentação ocorrerá, não permite muitas vezes a permanência do público para assistir ao espetáculo na ordem linear de seu enredo.
Desta forma, propôs-se nesta encenação a fidelidade ao estilo de Teatro de Rua utilizando-se para tal o cortejo, que dá início ao espetáculo; a apropriação do espaço em arena reinventando o local em que será feita a apresentação de modo que sirva de cenário; os coros, os ecos e a flexibilidade de improvisações feitas pelos atores obedecendo à tradição deste tipo de manifestação popular.
Mantemos a essência alegórica do texto do Auto da Barca do Inferno de Gil Vicente que corresponde à representação de ideais abstratas; uma tipo social e uma entidade espiritual, por meio de personagens. A história em si é uma sequência de quadros em que o Diabo e o Anjo defrontam-se com as almas das pessoas recém-mortas que vão embarcar para a eternidade. Em cada um dos quadros, as personagens representam classes ou grupo sociais.
Assim, vemos desfilar diante de nós o Fidalgo (representando a nobreza exploradora e arrogante), a Alcoviteira (a prostituição), o Onzeneiro (usuário correspondente aos banqueiros de hoje) etc. Todos tentam ir para a barca do Céu, mas o Anjo os rejeita – e o Diabo, em saborosos diálogos, lhes mostra que seu caminho é o Inferno.
A divisão maniqueísta do mundo entre o Bem e o Mal, que Gil Vicente propôs, é representada na peça através do Anjo e do Diabo, respectivamente. Nossa intenção é mostrar que o Anjo não rejeita a alma que deseja entrar na barca da Glória por julgá-la indigna segundo os preceitos religiosos do catolicismo, pelo contrário, em nossa adaptação o Anjo dá a chance ao personagem de refletir sobre seus atos através da interação com o público, de se livrar de tudo que é apegado (material e/ou afetivamente) e, com isto, ter a “leveza d’alma” suficiente para adentrar a barca almejada. Porém, algumas almas preferem carregar o peso sufocante de seus apegos e partir de vez à Barca do Inferno, pois esta é a única maneira de continuar se iludindo.
E o Diabo nessa história toda? Ele não condena a alma e sim a motivaria em continuar gordo de sofrimento, pois este é o seu negócio e como todo negócio inserido nas teias do sistema capitalismo – a integridade do outro não importa, o que importa mesmo são os lucros que a empresa vai ganhar com o consumo desenfreado (no caso das almas seus apegos materiais e/ou afetivos), custe o que custar.
Essa é a história, portanto, que o espetáculo conta por meio da linguagem do teatro de rua de maneira humorística e através de adaptações de tipos grotescos enraizados na história da cultura popular desde os tempos remotos da Idade Média e contextualizados à época atual.
Teatro de rua é uma modalidade teatral em que os atores utilizam seu corpo e sua voz a serviço da construção estética no espaço aberto, sobretudo nas cidades. Nesta atividade rua é todo espaço público aberto e apto a receber um espetáculo teatral, como parques, praças, o que me encantou fazendo essa modalidade teatral foi o contato direto com o publico. O que mais me empreciona é o fato de que o publico na maioria das vezes é surpreendido a maioria passa por acaso e se depara com o espetalo, temos ainda mais responsabilidade de trazer um espetaculo com qualidade, pois muitos não conhecem e nunca tiveram contato com teatro, one que a responsabilidade aumenta porque esta seria a visão do publico leigo perante não apenas ao espetaculo mas sobre toda a arte em si.
ResponderExcluirNa Rua tudo pode acontecer, devemos estar atentos a tudo a nossa volta,tudo o que acontece em cena é trazido para o nosso repertorio de improvisações que só podem acontecer com as tecnicas que o proprio ator traz para sua cena, e o que me deixa mais apaixonado por essa arte é o fato de que por mais que tenhamos apresentado inumeras vezes em varios lugares diferentes sempre será pra mim como uma estreia, sempre será...
olá! Nós do Coletivo Onírico tivemos a oportunidade de assistir a apresentação de vocês lá em Caraguá. Muito bom o espetáculo e a adaptação da obra foi de muito bom gosto! Parabéns!
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