domingo, 29 de agosto de 2010

ESTACAO CULTURAL

ESTACAO CULTURAL

ESTAÇÃO À GOSTO: COMPARTILHANDO A CULTURA


Fotos: Eveline Bergamini


No ultimo domingo, 22 de agosto a Estação Cultura sediou mais uma ação da Associação Estação Cultural. Gastronomia, música, artes plásticas e teatro foram a tônica do encontro.

A programação teve inicio com uma degustação realizada pelo Convivium Slow Food Campo Lindo Batatais. O movimento Slow Food segue o conceito da ecogastronomia, conjugando o prazer da alimentação com consciência ambiental e responsabilidade social, valorizando os pequenos produtores, o sabor a mesa e gerando a reflexão sobre as fortes conexões entre o prato e o planeta. O ecogastronomo Fulvio Iermano capitaneou a degustação onde os participantes trocaram pratos e receitas, valorizando a tríade de princípios do Slow Food: BOM no sabor e aparência, LIMPO para o meio ambiente e conseqüentemente para o organismo e JUSTO socialmente.



Ainda no clima ecogastronomia foi exibido o curta-metragem Terra Madre People que documenta o tradicional encontro realizado pela Slow Food Internacional incentivando a troca de experiências de produtores rurais e integrantes do movimento de várias partes do mundo.



Na sala de exposições Antônio Gabriel de Sousa Agaso foram expostos trabalhos dos alunos de licenciatura em artes da Universidade de Franca realizados nas aulas do professor Leandro Siena. As obras foram desenvolvidas com base em estampas de tecidos que tem caráter industrial fazendo com que as mesmas retomem um aspecto único, aproximando novamente do artesanal e conseqüentemente da arte.



A programação musical do evento contou com a banda Mamulengo. Além de um repertório de extremo bom gosto e qualidade a banda encantou a todos com a desenvoltura e o estilo diferenciado a cada apresentação. A sintonia entre os integrantes da Mamulengo é realmente surpreendente e mostra que muito mais do que lançar modinhas as bandas dever ter espaço para executar aquilo que tem prazer em tocar. Essa é a receita certa de qualidade para músicos e publico. Do MPB ao pop temperado com o velho e bom samba a banda arrebenta na graça e estilo em qualquer apresentação.




A programação ainda contou com uma intervenção especialíssima em seu encerramento. O grupo teatral Athos fez a apresentação piloto da peça O Auto da Barca do Inferno, dentro do projeto Athos de Rua, um dos vencedores do Projeto Ademar Guerra desse ano. Criado em 1997, o projeto tem como objetivo principal propiciar orientação artística especializada a grupos teatrais em atividade no interior. Esta orientação se dá através da contratação e envio de profissionais de teatro para atuarem junto aos grupos selecionados, num processo pedagógico de acompanhamento de seus processos de pesquisa e montagem de espetáculos.



Neste dia o grupo Athos desenvolveu a atividade aberta ao público de compartilhamento de seus processos teatrais. A encenação do clássico de Gil Vicente, O Auto da Barca do Inferno, além de ser assistido, foi debatido pela platéia que pode mergulhar na criação dos personagens, adaptação do texto e estrutura da peça, em um exercício de criação coletiva. Um dado interessante é que o projeto estava sendo apresentado simultaneamente por 29 grupos de teatro, em 27 cidades diferentes do Estado de São Paulo.



A troca de experiências foi intensa entre atores e platéia, trazendo uma nova experiência teatral, não só pela participação criativa do publico como também pela encenação que contou com a rua em frente à Estação como palco.



O compartilhamento de experiências foi com certeza o ponto forte desse evento na Estação, seja na troca de sabores com o Slow Food, no intercambio de indústria e arte no trabalho dos alunos da Unifran, na partilha sonora da banda Mamulengo e na parceria criativa com o projeto Athos de Rua.

Fica aqui a dica: participe e principalmente compartilhe dos eventos realizados pela Associação Estação Cultural.

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

MOSTRA COMPARTILHAMENTO DE PROCESSOS TEATRAIS

Projeto Ademar Guerra 2010


29 Grupos de Teatro, de 27 cidades, abrem seus espaços de trabalho, no mesmo dia, na mesma hora, para compartilhar, com o público, procedimentos e vivências de seus processos teatrais.
22 de agosto – 18h00
Entrada Franca





A MOSTRA
Programa de Estímulo ao Teatro no Interior do Estado, o PROJETO ADEMAR GUERRA realiza, no dia 22 de agosto, domingo, às 18h00, uma mostra de seu trabalho de orientação artística junto aos grupos do interior, com a participação simultânea de 29 grupos de teatro, em 27 cidades diferentes do Estado de São Paulo. Neste dia, os grupos desenvolverão uma atividade, aberta ao público, de compartilhamento de seus processos teatrais. Antes, porém, já no dia 21 de agosto, todos os grupos, junto ao respectivo orientador artístico do Projeto Ademar Guerra 2010, estarão fazendo trabalhos intensivos, de imersão, em suas próprias cidades.  Este trabalho culminará com a abertura para o público, às 18hs do dia 22, em  uma atividade compartilhada, mediada pelos orientadores do projeto. Casa aberta, ensaio aberto, dia de visita, momento de encontro,  onde o público da cidade  pode ser recebido no próprio espaço interno de trabalho do grupo, assistir e/ou até mesmo participar,  de uma atividade de seus procedimentos teatrais, seguida de uma troca de idéias e impressões. Esta atividade aberta, realizada ao mesmo tempo, no mesmo dia e horário, por todos os grupos, potencializa  uma poderosa  energia coletiva de trabalho, uma rede  de compartilhamento e encontro em diversos pontos do Estado, gerando, ao mesmo tempo, uma força de projeção e inserção dos próprios grupos em suas cidades.

OS GRUPOS
Os 29 grupos que participam deste compartilhamento foram selecionados, no início deste ano, entre 71 inscritos para participar da edição 2010 do Projeto Ademar Guerra. Representam, em grande parte, a diversidade de trabalhos, linguagens e  processos teatrais existentes no interior do Estado. Seus trabalhos partem de temas inspirados em aspectos da cultura popular, em linguagens da tradição como commedia dell´arte, circo, teatro de rua, em histórias reais colhidas em suas próprias cidades ou em experimentações de linguagens associadas a espaços não convencionais, num processo de construção de dramaturgia própria. Também partem de uma dramaturgia mais conhecida, utilizando, geralmente como releitura, a obra de dramaturgos consagrados como W. Shakespeare, Bertolt Brecht, Nelson Rodrigues, Luiz Alberto de Abreu, entre outros. Em relação anexa, encontra-se, uma lista dos grupos contemplados nesta edição, os projetos que desenvolvem atualmente, a cidade onde atuam e o local onde acontecerá o Compartilhamento.

O COMPARTILHAMENTO DE PROCESSOS
Alguns dos 29 grupos participantes do projeto já estrearam seus espetáculos em suas cidades. Alguns encontram-se às vésperas de suas estréias e outros estão ainda em processo de pesquisa. A Mostra Compartilhamento de Processos Teatrais do Projeto Ademar Guerra 2010, não é, no entanto, uma “Mostra de Espetáculos”. Estes, os grupos seguirão mostrando, em suas cidades e em outros locais. Esta Mostra consiste num compartilhamento de processos e traduz as profundas reformulações conceituais promovidas na concepção do projeto nos últimos dois anos, cuja principal característica é a priorização dos aspectos pedagógicos com  recorte para a verticalização da idéia de “processo”, mais do que de “resultado”. Este conceito é desenvolvido e trabalhado ao longo do ano, através do processo de orientação artística oferecido pelo projeto, incentivando nos grupos a experimentação, identificação e reflexão sobre seus processos de trabalho, antes de se partir para a elaboração dos resultados de suas pesquisas, traduzidos na montagem de seus espetáculos.


A QUESTÃO  DO PÚBLICO
Há no Estado de São Paulo, vários festivais e mostras de teatro que conservam ainda a estrutura de competição e premiação. “Fazer para mostrar fora”, montar espetáculos, ou mesmo processos,  com “estilo para mostra ou festival” é uma cultura bastante entranhada em grande parte dos grupos em atividade no estado. Tal perspectiva está baseada na idéia de que o reconhecimento obtido fora de seu local de origem, serve de estímulo interno  e de valorização externa do trabalho do grupo em sua própria cidade. Isto não deixa de ser verdade, mas, por vezes, acaba gerando um distanciamento do grupo de sua própria comunidade.
A questão do público é um dos focos do Compartilhamento em 2010. A atividade do dia 22 é aberta para quem quiser assistir, mas cabe aos grupos o desafio de descobrir e alcançar seus possíveis públicos específicos para este momento de compartilhamento: pessoas que, de alguma forma, possam estar ligadas ao processo, possam colaborar com a pesquisa do grupo, possam ter alguma coisa a ver com a história que o grupo está contando; professores, intelectuais, artistas da cidade; pessoas que nunca foram ao teatro; grupos de adolescentes, idosos e crianças; grupos ou pessoas interessadas em viver uma experiência teatral; potenciais e futuros integrantes para o próprio grupo e etc., ampliando, assim, as possibilidades de interlocução para além de seu público habitual.


O PROJETO ADEMAR GUERRA – 13 ANOS
Criado em 1997, o projeto  tem como objetivo principal propiciar orientação artística especializada a grupos teatrais em atividade no interior. Esta orientação se dá através da contratação e envio de profissionais de teatro (orientadores artísticos) para atuarem junto aos grupos selecionados, num processo pedagógico de acompanhamento de seus processos de pesquisa e/ou montagem de espetáculos. É realizado pela Secretaria de Estado da Cultura, através da ASSAOC – Associação Amigos das Oficinas Culturais do Estado de São Paulo. O nome do projeto homenageia o grande diretor de Teatro Ademar Guerra, falecido em 1993. (vide informações abaixo)



O PROCESSO DE ORIENTAÇÃO ARTÍSTICA DO PROJETO
O orientador artístico do Projeto Ademar Guerra é um profissional de teatro (diretor, ator, dramaturgo, professor, etc.) com experiência, tanto na atividade artística, quanto em atividades de formação. Entre os meses de abril e novembro, duas vezes por mês, a cada quinze dias, este profissional visita o grupo em sua cidade, estabelecendo, com o diretor e o grupo, um diálogo de acompanhamento em seu processo de pesquisa e/ou montagem de espetáculo. Este profissional é responsável por estimular, provocar e orientar o grupo, priorizando o trabalho coletivo, o acesso aos procedimentos criativos em teatro, a busca de autonomia tanto artística como de produção, sempre respeitando as características da proposta de trabalho desenvolvida pelo próprio grupo.


EQUIPE DO PROJETO
Em 2009, o projeto passou por uma profunda reformulação administrativa e conceitual. Para elaborar esta reformulação e assumir a coordenação do projeto, a Secretaria de Estado da Cultura convidou o diretor teatral Abílio Tavares. Esta reformulação consistiu na constituição de uma equipe pedagógica para acompanhar e avaliar o projeto, coordenada, em 2009, pela atriz, diretora e pedagoga Maria Tendlau e, em 2010, pela atriz e diretora Miriam Rinaldi. A escolha dos grupos e contratação da equipe de orientadores de cada edição são feitas a partir da abertura de processo público de seleção, visando, principalmente, propor aos grupos uma discussão atual sobre a relação existente entre linguagem e discurso, contidos em seus processos de pesquisa e/ou montagem de espetáculos.


SOBRE ADEMAR GUERRA (1933 - 1993)
Ademar Guerra foi um dos grandes encenadores da cena brasileira, com uma produção diversificada, que se estendeu também para espetáculos de dança, música e séries para televisão. Nasceu em Sorocaba e iniciou sua carreira no teatro amador de Campinas na década de 50, onde dirigiu seu primeiro espetáculo. Seu trabalho era focado especialmente na busca de uma coerência entre a linguagem e o discurso de seus espetáculos e o respeito à primazia do ator na cena.

SOBRE O GRUPO

Minha foto
Batatais, Ribeirão Preto/São Paulo, Brazil
Começamos em 2003 junto com um grupo de jovens da igreja. No início, fazíamos apenas pequenas performances sobre histórias bíblicas, entre elas a famosa encenação da Paixão de Cristo. Com o passar do tempo, sentimos a necessidade de trilhar novos caminhos e trabalhar temas diferentes. Resolvemos, então, constituir um grupo de teatro e buscar cursos de capacitação em encenação e atuação. Foi assim que surgiu o Grupo Teatral Athos. Aos poucos, começamos a participar de encontros de grupos de teatro e workshops para nos desenvolvermos como atores. Foi desta forma que fomos premiados com a orientação artística subsidiada pelo “Projeto Ademar Guerra” (programa da Secretaria de Estado da Cultura). Atualmente, o Grupo Teatral Athos é formado por dez pessoas que atuam em palcos e também pelas ruas. Satisfazemo-nos montando espetáculos engajados em pesquisas e compartilhamentos de processo de montagem à comunidade de nossa cidade. A mais recente peça encenada pelo grupo é "A Barca do Inferno", adaptação do clássico literário de Gil Vicente.