terça-feira, 10 de maio de 2011

Encontro dos Representantes de Grupo do Projeto Ademar Guerra 2011

Encontro realizado nos dias 7 e 8 de maio 

Apreciação artística sobre o encontro Preparatório


O formato da organização do projeto Ademar Guerra de 2011, no meu ver, revelou-se de forma positiva.


O discurso de abertura feita pelo Sergio, Expedito e do Aldo assegurou com clareza e objetividade o roteiro de ações a serem realizadas no percorrer do ano nesta edição do projeto, tais como: o artista como gestor de seu trabalho; os orientadores como formadores de outros artistas; o percurso criativo; o entorno do grupo (o meio em que o grupo está inserido); a abertura do trabalho do grupo com a sociedade; o grupo como coletivo; encontros regionais e a mostra final.




No workshop “Teatro e Arte Contemporânea: Novos paradigmas” com Vicente Concilio, vídeo sobre a Arte Contemporânea estimulou a todos a refletir sobre as diversas concepções artísticas e a importância desta pluralidade de visões.

No workshop “Mercado Cultural” de Leonardo Brant em consonância com um dos temas abordados no discurso da abertura, no caso, o artista como gestor de seu trabalho, foi-se esclarecido inicialmente sobre o risco de se definir mercado como forma de vender arte. Faz-se necessário distinguir isso e estabelecer outra visão, que mercado é fomento, conhecimento, workshop, crítica etc.


A importância de se expandir o entendimento sobre Mercado Cultural, não detendo na idéia de que ele seja a cultura propriamente dita, mas sendo apenas parte dela, se faz através de algumas dimensões culturais que são: os projetos culturais (mecanismos de acesso a cultura); o setorial (os vários setores envolvidos nas artes cênica como, iluminação, sonoplastia, cenário, figurino etc.); a relação com o Estado (exposição da logomarca do patrocinador, qual o público que irá atingir, os editais etc); a economia criativa (o encadeamento de ações sustentáveis, no caso, os projetos sendo custeados por movimentos de arrecadação de dinheiro).


Desta maneira, entende-se que o empreendedorismo cultural deve inventar metodologias de trabalho. Tem-se que entender a lógica das leis de incentivo e também entender a lógica da empresa (noções de marketing) afinal, que empresa que vai confiar sua marca a outra empresa que não cuida da sua própria marca?


Portanto, algumas estratégias são recomendadas. Uma delas seria os grupos sediarem eventos em suas cidades como troca de conhecimento. Outra saída seria alterar concepções, o grupo deve escolher o seu patrocinador, estabelecer cotas como, por exemplo, uma para grande empresa, uma para publicidade, outra para o setor público, etc. Para tanto, pode-se seguir algumas etapas por questão de estratégia, como, primeiro, entender o negócio (essência), descobrir suas fragilidades, qual o sentido dele. Segundo, projetar isso para o futuro. Terceiro, planejamento, ter consciência do que é e do que quer ser, onde quer chegar artisticamente, buscar treinamentos, capacitação e formação. Quarto, aquisição de recursos (articulação de redes) e quinto, o financiamento.




Para fruição, depois de tantos assuntos burocráticos nestes workshops mencionados anteriormente, assistiu-se a peça “Deus da Carnificina, uma comédia sem juízo”, dirigido por Emilio de Mello, com o elenco constituído por Deborh Evelyn, Julia Lemmertz, Orã Figuiredo e Paulo Betti.




No dia seguinte realizou-se mais um workshop “O jogo do cumprimento” com a Ingrid Dormien Koudelo, da qual culminou no encontro dos orientadores com os representantes de cada grupo. Depois houve um tempo para que ambos se conhecessem e elaborassem o cronograma das visitas quinzenais.




Por fim, o encontro encerrou-se com a palestra “Desafios sobre o Estado e as Políticas públicas de Humberto Dantas que fez jus ao título de sua palestra. A reflexões foram feitas em torno da questão: qual o nosso objetivo sobre as políticas públicas? Algumas medidas devem ser tomadas para responder tal pergunta, como, a priori, saber para que serve o Estado? Após a explanação deste questionamento, levantou outra indagação, o que é cultura no ponto de vista das políticas? Observações importantes foram ditas a respeito disso, como, “nós somos o Estado juntamente com o representante da qual elegemos, “não podemos entender direito como privilégio”, não basta o direito, é preciso ter consciência dele” e “Somos agentes da política de Cultura.




Contudo, este primeiro encontro deixou uma impressão positiva quanto à organização e a eficiência do projeto Ademar Guerra de 2011. Fico feliz e grato, como representante do Grupo Teatral Athos, de termos sido selecionados a participar desta edição do Projeto.





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SOBRE O GRUPO

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Batatais, Ribeirão Preto/São Paulo, Brazil
Começamos em 2003 junto com um grupo de jovens da igreja. No início, fazíamos apenas pequenas performances sobre histórias bíblicas, entre elas a famosa encenação da Paixão de Cristo. Com o passar do tempo, sentimos a necessidade de trilhar novos caminhos e trabalhar temas diferentes. Resolvemos, então, constituir um grupo de teatro e buscar cursos de capacitação em encenação e atuação. Foi assim que surgiu o Grupo Teatral Athos. Aos poucos, começamos a participar de encontros de grupos de teatro e workshops para nos desenvolvermos como atores. Foi desta forma que fomos premiados com a orientação artística subsidiada pelo “Projeto Ademar Guerra” (programa da Secretaria de Estado da Cultura). Atualmente, o Grupo Teatral Athos é formado por dez pessoas que atuam em palcos e também pelas ruas. Satisfazemo-nos montando espetáculos engajados em pesquisas e compartilhamentos de processo de montagem à comunidade de nossa cidade. A mais recente peça encenada pelo grupo é "A Barca do Inferno", adaptação do clássico literário de Gil Vicente.