Infernal Comarca
Ôu da barca!
Pra onde is?
Prond’é que vamos?
Sei que caminhamos.
Araçatubense curioso que sou, dotado de uma boa companhia, fui bisbilhotar a vida urbana vizinha durante algumas noites dessa semana em que na sexta-feira treze o ‘Auto da Barca do Inferno’ fora reavivado na cidade dos biriguis. A Mostra de Teatro que se perfez desde o dia sete de dezembro, a primeira da cidade, pôde alcançar os encantadores objetivos que a arte nos propõe, através daquilo que as singelas lentes dos meus óculos puderam ver. O turismo cultural como ocorreu comigo e com alguns amigos que pude ver por lá, bem como a imersão da sociedade local nas atividades culturais, podem dar expressão aos frutos colhidos nessa imensa e ramificada árvore que compõe nossas manifestações artísticas, o nosso jeito.
Em minhas quimeras, durante a noite desta sexta-feira treze de dois mil e treze, Gil Vicente se contorceu, sorriu comigo, quando os atores entoaram as batidas do funk e se harmonizaram à poética vicentina chamando mais a atenção do que o trem da alegria. Enquanto parte dos terreiros de cores brasileiras eram moldados ao ‘Auto da Barca’ apresentado na praça James Mellor, louvores de outra religiosidade ocorriam paralelamente dentro do ginásio que há em frente a praça; e aquela que anteriormente fora temida por muitos a tal demo-cracia, como o diabo bem lembrou durante o espetáculo, acontece em harmonia. Aos poucos percebemos a rede que nos liga. O espetáculo apresentado pelo Grupo Teatral Athos é perspicaz ao ponto de re-avivar nossa língua portuguesa, enxergar nossa ligação com os medos, claudicações quinhentistas que ainda são nossas.
Não sei quantos puderam refletir a si ou a outros, no padre, na alcoviteira, no diabo. Também não sei quantos puderam compreender os sentidos que a poética de Gil Vicente pretendia alcançar, tampouco sei se eu posso compreender. Mas a semente da arte, o teatro, há de ter sido plantado em cada sorriso, ou esboço do mesmo, que surgiu durante a noite de hoje em consonância a tantas outras expressões que o teatro tenha proporcionado aos espectadores da Mostra.
Quero aqui tentar ser breve, entretanto ver artistas trazendo poesia para mais perto dos olhos do povo enche meus olhos, não me deixo ficar quieto. Como que tivesse sentado facho, atravessado o atlântico em direção a terra brasilis com sua inflamável poesia, o poeta português encontrou no Grupo Athos a oportunidade de tanger as cordas vocais dos atores em sotaques miscigenadamente tropicais que hora encontravam o seio do Brasil, ora o seio de Portugal, enquanto Dionísio cingia seus corpos, ressoando a poesia vicentina. Mas, isso tudo são apenas quimeras minhas, perdidas.
Parabenizo a Companhia Teatral Amado Amado, aos Hedonistas, Djalma França, a todos os grupos e companhias que se apresentaram na primeira Mostra Teatral de Birigui. Cumprimento todos os que direta ou indiretamente colaboraram. Que continuemos essa caminhada, é isso o que penso da arte uma rede harmoniosamente interligada a poesia, a História, ao que nunca morre. Uma rede interligada de vida que se sustenta em sintonia. Deixo aqui minhas singelas palavras e a certeza de que caminhamos para uma identidade cultural na região cada vez mais forte.
Hoje é o ultimo dia, não deixem de conferir .
rBatista
Fotografia: Thiago Mosaico
Acesse: https://www.facebook.com/mostradeteatrodebirigui
— com Lidia Santose outras 17 pessoas.Ôu da barca!
Pra onde is?
Prond’é que vamos?
Sei que caminhamos.
Araçatubense curioso que sou, dotado de uma boa companhia, fui bisbilhotar a vida urbana vizinha durante algumas noites dessa semana em que na sexta-feira treze o ‘Auto da Barca do Inferno’ fora reavivado na cidade dos biriguis. A Mostra de Teatro que se perfez desde o dia sete de dezembro, a primeira da cidade, pôde alcançar os encantadores objetivos que a arte nos propõe, através daquilo que as singelas lentes dos meus óculos puderam ver. O turismo cultural como ocorreu comigo e com alguns amigos que pude ver por lá, bem como a imersão da sociedade local nas atividades culturais, podem dar expressão aos frutos colhidos nessa imensa e ramificada árvore que compõe nossas manifestações artísticas, o nosso jeito.
Em minhas quimeras, durante a noite desta sexta-feira treze de dois mil e treze, Gil Vicente se contorceu, sorriu comigo, quando os atores entoaram as batidas do funk e se harmonizaram à poética vicentina chamando mais a atenção do que o trem da alegria. Enquanto parte dos terreiros de cores brasileiras eram moldados ao ‘Auto da Barca’ apresentado na praça James Mellor, louvores de outra religiosidade ocorriam paralelamente dentro do ginásio que há em frente a praça; e aquela que anteriormente fora temida por muitos a tal demo-cracia, como o diabo bem lembrou durante o espetáculo, acontece em harmonia. Aos poucos percebemos a rede que nos liga. O espetáculo apresentado pelo Grupo Teatral Athos é perspicaz ao ponto de re-avivar nossa língua portuguesa, enxergar nossa ligação com os medos, claudicações quinhentistas que ainda são nossas.
Não sei quantos puderam refletir a si ou a outros, no padre, na alcoviteira, no diabo. Também não sei quantos puderam compreender os sentidos que a poética de Gil Vicente pretendia alcançar, tampouco sei se eu posso compreender. Mas a semente da arte, o teatro, há de ter sido plantado em cada sorriso, ou esboço do mesmo, que surgiu durante a noite de hoje em consonância a tantas outras expressões que o teatro tenha proporcionado aos espectadores da Mostra.
Quero aqui tentar ser breve, entretanto ver artistas trazendo poesia para mais perto dos olhos do povo enche meus olhos, não me deixo ficar quieto. Como que tivesse sentado facho, atravessado o atlântico em direção a terra brasilis com sua inflamável poesia, o poeta português encontrou no Grupo Athos a oportunidade de tanger as cordas vocais dos atores em sotaques miscigenadamente tropicais que hora encontravam o seio do Brasil, ora o seio de Portugal, enquanto Dionísio cingia seus corpos, ressoando a poesia vicentina. Mas, isso tudo são apenas quimeras minhas, perdidas.
Parabenizo a Companhia Teatral Amado Amado, aos Hedonistas, Djalma França, a todos os grupos e companhias que se apresentaram na primeira Mostra Teatral de Birigui. Cumprimento todos os que direta ou indiretamente colaboraram. Que continuemos essa caminhada, é isso o que penso da arte uma rede harmoniosamente interligada a poesia, a História, ao que nunca morre. Uma rede interligada de vida que se sustenta em sintonia. Deixo aqui minhas singelas palavras e a certeza de que caminhamos para uma identidade cultural na região cada vez mais forte.
Hoje é o ultimo dia, não deixem de conferir .
rBatista
Fotografia: Thiago Mosaico
Acesse: https://www.facebook.com/mostradeteatrodebirigui